segunda-feira, 16 de junho de 2014

Tiros na Jangada de Pedra


-Capitão Silva, meu Capitão, acorde, acorde!! Estamos a meter água por todo o lado, valha-nos Santo António, prestes a virar nosso padroeiro!
-Que berraria vem a ser esta, grumete? Como metemos água, se isto é de pedra?
-São os Saxões, meu Capitão. Parecemos um passador, de tanto buraco que nos abrem à força de torpedos...
-Saxões?! Mas esses é suposto serem nossos aliados, os mais antigos até!
-Estes são dos Germânicos, Capitão. Não dos Anglos.
-Diacho, são tramados esses. Que casta de bárbaros, grumete?
-Uns de tamancas, outros de calções. É o que pude ver, meu Capitão.
-Chama o Rei de Espanha aos meus aposentos e alerta a tropa. A nossa e a dele. Despacha-te, infeliz!!
-O Rei de Espanha já se fez ao mar há que tempos, meu Capitão. Parecia que adivinhava, o magano. Por alguma coisa cá deixo filhos, dizia ele enquanto remava a custo no bote.
-Raios e coriscos. Traz-me o Príncipe nesse caso. E a tropa Castelhana?
-Está pior que a nossa, meu Capitão. Nós, ao menos, já nos vamos habituando ás patifarias dos Saxões que nos tocaram. Os hermanos ainda nem acreditam no que lhes caiu em cima daquelas cabeças de tortilha...
-Não temas rapaz. Ainda vamos levar esta jangada a bom porto, juntos. Verás!
-Ja, mein Hauptmann!! 
-Engraçadinho...

Há sonhos que são um acabado desperdício de inconsciente, livra.

Ainda por cima, apetece-me salsichas e Sauerkraut...

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